Eu Não Sou Igreja, Mas Faço Parte Dela

E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.  (Hebreus 10: 24 - 25 )

Às vezes cometemos erros por "embarcar" em alguns clichês que satisfazem o nosso desejo rebelde. O que muitas vezes torna um prato cheio para o diabo. Um deles é dizer: "Eu sou a igreja!" Eu também já proferi essas palavras, me arrependo, pois, ao observar melhor as Escrituras, não vejo respaldo para essa afirmação.

O grande problema é a ideia errada que temos do que é igreja. O que as Sagradas Escrituras nos revela  é que somos templos do Senhor (1Co 3.16-17, 6.19, 2Co 6.16). A igreja não é o templo, mas sim o ajuntamento de pessoas, ou seja, a reunião dos templos vivos de Deus. Mesmo assim, essa falácia tem sido disseminada por aí.  Quando Jesus instituiu a igreja, essa palavra não tinha um sentido religioso.

O Dicionário Bíblico Wycliffe define assim: 
No Novo Testamento, a palavra “igreja” é uma tradução da palavra grega ekklesía, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica uma associação local de crentes. (...) No mundo grego, a palavra ekklesia normalmente se refere a uma reunião. Também era usada tecnicamente para referir-se às assembléias regularmente agendadas dos cidadãos de uma cidade grega.

Uma pessoa sozinha não é igreja! Jesus é o cabeça da igreja e disse que estaria no meio onde dois ou mais estivessem reunidos. Se alguém está sozinho e Jesus está nessa pessoa (isso é uma verdade bíblica),  isso faz dela um templo, morada de Deus. Quando essa pessoa (morada de Deus) se une a outros pares, então Cristo estará no meio e a igreja está formada.

Jesus não está dissociado de Sua igreja. Ao declarar que "eu sou a igreja", declaramos nossa independência e praticamos a intolerância  porque julgamos que "estamos acima da média" (talvez essa não seja uma intenção consciente).  Muitas vezes essa é uma forma de dizermos "não tenho nada com os erros cometidos dentro da igreja, eu estou fora desse rolo". Mas todos nós pecamos. Pecados podem diferenciar-se uns dos outros em sua forma e execução, mas continuam sendo pecados e nisso nos tornamos parecidos: pecadores perdoados por Cristo.

Os homens tornam a igreja de Cristo um lugar distante do idealizado por muitos de nós. Mas Jesus já havia declarado que haveriam os escândalos (Mt 18.7). Apesar de tudo que vemos e ouvimos por aí, creiamos que está  tudo sob o controle de Deus!

Algumas das finalidades de nos reunirmos como igreja estão listadas nos versículos em epígrafe desse texto: 
1) incentivar uns aos outros ao amor; 
2) incentivar uns aos outros à prática das boas obras; 
3) encorajarmos uns aos outros. 
E isso não será possível se não estivermos inseridos na comunidade. Afinal o amor não busca o próprio interesse. Se amamos a Cristo busquemos os interesses dEle, assumamos a nossa responsabilidade de, como igreja, cumprir o nosso papel de incentivar e encorajar, mantendo-nos  firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor .(1 Corintios 15: 58)
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